Matéria do Dia 02 de Fevereiro
Uma creche inaugurada no fim de 2016 para atender crianças do Bairro São João, em Pouso Alegre (MG), ainda não pode funcionar. O motivo é que a unidade foi construída perto de um barranco, em uma área de risco. O problema não atinge apenas a creche, casas que ficam perto do barranco já apresentam rachaduras.
A unidade escolar tem capacidade para receber 224 crianças de 0 a 3 anos. O espaço conta com oito salas de aula, lavanderia, cozinha e berçário. Tudo mobiliado. A creche foi inaugurada em dezembro do ano passado, mas os portões nunca foram abertos e o prédio continua sem uso. Situação que fez com que muitas mães ficassem decepcionadas.
“É muito triste isso, 'né'? Porque eles sabem que a gente precisa, que a gente é humilde. A creche está nova, reformada, só esperar o portão para poder trazer [as crianças], mas está fechada”, disse a dona de casa Grace Kelly Alves de Oliveira.
A obra custou cerca de R$ 2 milhões. Entretanto, o prédio foi construído em uma área de risco, ao lado de um barranco.
“Nós já percebemos que tem água da chuva por ser feita no mesmo plano, a parte interna com a parte externa, a água vai até a sala de aula. Então, nós já estamos com problemas antes de ter o álvara da Pró-Infância. É uma responsabilidade muito grande a gente colocar essas crianças aqui. Aparentemente a gente olha e até os pais comentam que o barranco está aqui há muitos anos, mas nós acompanhamos no dia a dia e, todos os dias, têm notícias sobre deslizamentos. Então nós não podemos brincar com uma coisa tão séria que é a segurança”, explicou a secretária de Educação, Leila de Fátima Fonseca Costa.
"Já que eles sabiam que tinha o barranco, porque eles construíram uma linda creche dessa, esperando as crianças e agora está ai linda, mas falando que não vai poder abrir, que não vai poder colocar as crianças devido ao barranco", disse a dona de casa Natália de Souza Marchi.
Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Educação estuda uma solução para não deixar as crianças sem aula.
“Em um curto tempo não dá para a gente ter uma solução imediata, mas vamos tentar parcerias com algumas instituições filantrópicas do bairro para ver se dá para acolher as crianças. Só que, também para acolher as crianças, tem um padrão que é exigido e nós temos que ficar atentos a tudo isso”, explicou a secretária de Educação, Leila de Fátima Fonseca Costa.
O barranco não preocupa só quem precisa da creche. Casas construídas na encosta também correm o risco de desabar.
“O Corpo de Bombeiros veio, a Defesa Civil veio e falou que era [para a gente] estar saindo, mas se a gente sair, a gente vai para onde? A gente não tem para onde ir”, contou a dona de casa Marta da Costa Chaves.
Três pessoas humildes também ganharam lotes ao lado da creche e teve seus lotes embargados sem poder construir.
O Corpo de Bombeiros informou que um estudo sobre os riscos do local está sendo feito, mas adiantou que o perigo em época de chuva aumenta.
“Com o período chuvoso, esses locais que apresentam encostas eles tendem a ficar mais suscetíveis a ter possíveis deslizamentos. Mas, sendo assim, tem que ser feito um estudo mais detalhado do local para poder estar verificando as condições e saber se realmente corre esse risco”, explicou o tenente do Corpo de Bombeiros, Alex Rezende da Silva.
A Secretaria de Infraestrutura, Obras e Serviços Públicos de Pouso Alegre, informou que estuda uma forma de fazer uma obra de proteção da encosta e assim liberar a creche. Entretanto, ainda não deu um prazo para resolver o impasse.
Da: Redação do Pouso Alegre em Ação
Jornalista-William Antonele-MTB-19757/MG-@2017
Fonte: G1/Sul de Minas
Fotos: Erlei Peixoto/Reprodução EPTV
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